Review Samsung Galaxy S3

Olá pessoal, neste post (escrito há alguns meses, mas que só agora publiquei) eu analiso o celular Samsung Galaxy S3 (ou simplesmente SGS3), o aparelho que elegi para aposentar o meu Sony Xperia X-10. Também aproveito para tecer alguns comentários sobre o Android 4.1.2 (Ice Cream Sandwich) que é o sistema operacional do meu aparelho.

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As características do SGS3 impressionam: tela HD Super AMOLED de 4,8 polegadas com resolução de 1280 x 720 pixels, processador Quad-core de 1,4GHz, 1 GiB de RAM, 16GiB de memória flash interna (expansível através de cartão microSD), duas câmeras (frontal de 1,9MP e traseira de 8MP), Bluetooth 4.0, comunicação NFC e WiFi direct, WiFi 802.11 a/b/g/n, acelerômetro, giroscópio, sensor de luz e sensor barométrico integrados tudo isso gerenciado pelo sistema operacional Android 4.1.2 Jelly Bean.

Bom, vamos começar pelo design e aspectos físicos: o celular é grandalhão, tem 136,6mm de comprimento, 70,7mm de largura e 8,6mm de espessura. A baixíssima espessura e o peso de 133 gramas conferem a ele uma portabilidade bem razoável, apesar do tamanho avantajado (necessário para abrigar a enorme tela de 4,8 polegadas). Desnecessário dizer o quanto uma tela dessas ajuda na hora de navegar na internet, ler documentos e até mesmo jogar!

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Na parte superior temos um conector para fones de ouvido (com 3,5mm, permitindo utilizar fones padrão) e um orifício para o microfone interno auxiliar e na parte inferior o microfone interno principal e o conector micro USB, que permite carregar a bateria do aparelho, além de conectá-lo a um computador para troca de dados (ele funciona como um dispositivo de armazenamento externo, como um pendrive e também como um dispositivo de armazenamento de mídia, como uma câmera). Há informações de que este conector na verdade é um conector MHL (Mobile High-Definition Link) com 11 pinos e capacidade de utilização simultânea de USB OTG e HDMI. Consultando a Samsung através do chat no site deles, fui informado de que está disponível um cabo adaptador para esta finalidade.

A parte frontal é bastante limpa e a interface com o usuário possui apenas um botão físico (o botão home do Android). Ao utilizar o celular outros dois botões (de toque, capacitivos) surgem nas laterais do botão home: o botão voltar e o botão de menu, a iluminação de fundo é branca.

Na parte superior, acima da tela, encontramos a lente da câmera frontal (com 1,9 Megapixels), além dos sensores de luminosidade, led indicador e o alto falante. A câmera frontal permite tirar auto retratos, fazer chamadas com vídeo e também é utilizada por um dos recursos interessantes do aparelho, o smart stay: trata-se de um software que, através da câmera frontal, verifica se o usuário está em frente a tela do celular e enquanto ele detecta a presença do mesmo, a tela é mantida ligada. Este é um recurso muito interessante e que funciona muito bem nas condições normais de uso (em baixa luminosidade a detecção falha com frequência, mas não há novidade nisso, já que a câmera não tem visão noturna!).

A parte traseira do aparelho possui três aberturas, onde estão localizadas a lente da câmera traseira (com 8 Megapixels), o alto falante e o led para o flash da câmera. Vou falar com mais detalhes sobre a câmera mais adiante neste artigo, mas por hora vou dizer que a mesma funciona muito bem e que me agradou bastante!

Há ainda um botão na lateral direita (liga/desliga e ativação/desativação do Android) e outros dois botões na lateral esquerda para o controle de volume.

O gabinete do celular é feito em policarbonato, com duas opções de cor: azul metálico e branco mármore. Confesso que o gabinete do celular não inspira muita confiança e transmite uma sensação de fragilidade, especialmente em razão do tamanho do aparelho. Muita gente também diz que o policarbonato confere um ar de “aparelho barato” ao SGS3. Particularmente eu não senti isso e considero a aparência do SGS3 bonita e bem acabada.

Aliás, em termos ergonômicos, o aparelho me pareceu agradável de segurar, com uma boa empunhadura. Ele cabe perfeitamente no bolso e graças ao peso de 133 gramas e baixo perfil (espessura de 8,6mm), passa despercebido no bolso do paletó.

Ainda no aspecto de design e ergonomia, eu estava acostumado, no Xperia X-10, com o botão superior  para a função de ativação/desativação, mas é apenas uma questão de dias para a adaptação ao botão lateral. Ao contrário do X-10 o Galaxy S3 não possui um botão dedicado para a câmera, mas isso será discutido mais a frente.

A Tela

O aspecto que, sem dúvida alguma, chama a atenção no SGS3 é a sua enorme tela HD Super AMOLED de 4,8 polegadas, com resolução de 720 x 1280 pixels e 16 milhões de cores. Externamente a tela utiliza um vidro com a tecnologia Gorilla Glass 2 desenvolvida pela Corning e que, supostamente, deve ajudar a proteger a tela de arranhões e riscos. Eu digo supostamente porque esta é uma característica que não estou disposto a testar! Quem sabe após alguns meses eu publique as minhas impressões sobre o Gorilla Glass neste quesito. Por hora, temos de nos contentar com o vídeo de demonstração da Corning: http://www.youtube.com/watch?v=wT8xI4PEU8c

Internamente a tela AMOLED (Active-Matrix Organic Light-Emitting Diode ou matriz ativa de leds orgânicos) é composta de subpixels RGBG, ou seja Red (vermelho), Green (verde), Blue (azul) e Green (verde) que formam o chamado PenTile. Esta tecnologia compartilha um subpixel verde entre dois pixels adjacentes, permitindo displays com maior densidade de pixels e maiores resoluções (o display do SGS3 possui uma densidade de 306 pixels por polegada, o que é bastante elevado).

Do ponto de vista do usuário, um display com alta densidade de pixels permite maior definição e qualidade das imagens, pois os pontos (pixels) que formam as imagens são menores, praticamente invisíveis individualmente. Apesar disso, a tecnologia PenTile tem os seus críticos e segundo algumas pessoas a qualidade da imagem não é igual a dos displays onde cada pixel é formado por subpixels RGB individuais. Particularmente eu não observei nenhuma perda de qualidade no display e acho que a maior quantidade de pixels supera esta deficiência.

Câmeras

Uma das coisas que me estressavam bastante no X-10 era a câmera. Apesar do aparelho contar com uma câmera de 8MP, os atrasos de obturador são tão grandes que é difícil tirar fotografias sem que as mesmas fiquem tremidas ou borradas. Além disso, o fato de não ter uma função de flash (o aparelho tem um led para flash, mas só há a opção de ligar permanentemente ou desligar permanentemente) faz com que as fotos em baixa luminosidade fiquem péssimas.

Bom, no SGS3 isso não acontece! Graças ao atraso zero de obturador do Android 4, a qualidade das fotos melhora sensivelmente. A câmera traseira de 8MP possui um led de alto brilho para a função flash. No SGS3 o led de flash faz exatamente o que se espera dele e mais: ao tirar uma foto em ambientes de baixa luminosidade o SGS3 acende o led para fazer o foco e em seguida o apaga e dispara o mesmo (flash). Há estabilização da câmera contra vibração e diversos controles para personalização (foco, contraste, ISO, equilíbrio de branco, ponto de foco, etc).

É possível tocar um ponto da imagem para que o foco seja feito naquela região e há diversos modos de disparo, inclusive um modo no qual o aparelho tira uma sequência de oito fotos e escolhe a melhor. Os modos de detecção de faces e de sorrisos estão presentes também, além de modos de compartilhamento de fotos, no qual é possível marcar os rostos nas fotos e o aparelho opcionalmente envia às pessoas as fotos nas quais elas aparecem (via email, SMS, etc).

A identificação de rostos é muito interessante e funciona relativamente bem, assim como o compartilhamento de fotos.

A câmera traseira pode filmar em full HD (1920 x 1080) a 30 quadros por segundo e a câmera dianteira pode filmar em HD (1280 x 720) a 30 quadros por segundo.

Outra funcionalidade interessante é que há quatro ícones configuráveis pelo usuário, permitindo que se personalize a tela da câmera com as funções mais utilizadas.

Um ponto que considerei fraco foi o fato de não existir um botão dedicado para a câmera, isso limita bastante a utilização da mesma, especialmente naquelas situações onde você quer tirar fotos de si mesmo. Alguém pode dizer: ahh, mas para isso tem a câmera frontal! É, mas a câmera frontal não tem todos os recursos da traseira e também não tem flash!

Uma alternativa é ativar a função de reconhecimento de fala para a câmera (disponível em Configurações > Idioma e Inserção > Pesquisa de Voz > Voice cmd for apps > Camera). Com esta funcionalidade ativada, basta você falar: Smile, Cheese, Capture ou Shoot para que a câmera fotografe automaticamente! Este recurso até que funciona bem, mas as vezes reconhece sons equivocadamente e acaba tirando fotos na hora errada!

Bateria

A bateria utilizada possui uma capacidade de 2100mAh, o suficiente para manter o telefone operando por pouco mais de dois dias (utilização média, mensagens, ligações, conexões WiFi esporádicas e navegação pela internet durante poucas horas). No caso de utilização pesada (jogos 3D como o GTA3) a bateria deve durar cerca de um dia ou menos (não fiquei jogando um dia todo para saber, hehehe).

A bateria ainda abriga duas outras características muito interessantes do SGS3: a primeira é a capacidade de comunicação NFC, que permite que dois celulares troquem informações ao se aproximarem e também permite que se interaja com máquinas de vendas automáticas (tecnologia que ainda está apenas em fase embrionária aqui no Brasil). A outra característica muito interessante é a capacidade de carregar a bateria sem fio! A bateria inclui hardware (bobinas ou indutores) que pode captar um campo eletromagnético próximo e converter o mesmo em energia elétrica. Isto permite que a bateria seja carregada simplesmente colocando o aparelho próximo ao carregador. Infelizmente a versão vendida aqui não traz o carregador sem fio e não foi possível testar essa funcionalidade.

A bateria pode ser trocada por outras, já vi inclusive algumas baterias compatíveis na DealExtreme, obviamente as mais baratas não devem incluir a parte do NFC e nem a capacidade de carga wireless!

Aspectos Técnicos

O SGS3 utiliza um processador Samsung Exynos 4412, um processador ARM Cortex-A9 com quatro núcleos (quad-core), capazes de operar até 1.4GHz. Este processador é fabricado em tecnologia de 32nm e inclui diversas funcionalidades para gerenciamento dinâmico do consumo de energia, codec multi formato integrado (que codifica e decodifica diversos formatos de vídeo por hardware em resoluções full HD), processador de imagem avançado (que acelera o processamento de imagens das câmeras digitais), além de um processador gráfico (GPU) Mali-400/MP4 um GPU acelerador 3D com quatro núcleos fabricado pela ARM e capaz de atingir a performance de até 44 milhões de triângulos e 1.6 bilhões de pixels por segundo (a 400MHz, que é a velocidade máxima do GPU). Segundo a Samsung o Exynos Quad-core possui e dobro da performance do Exynos Dual-core utilizado no Galaxy S2, mas gasta 20% menos energia.

 O meu aparelho marcou 6171 pontos no aplicativo Quadrant Standard Edition (isso com o modo de economia de energia desativado), o que é muito bom, mas um pouco abaixo de outros modelos como o LS970 da LG.

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A tradução desta potência computacional em termos de usabilidade é que a tela é fluida, não há travamentos e tudo funciona perfeitamente.

O aparelho inclui também 1GiB de memória RAM (DDR2) e 16GiB de memória flash, isso sem contar a memória flash adicional que pode ser adicionada através de um cartão micro SD. A maior quantidade de RAM interna permite que os 4 processadores do aparelho rodem as aplicações com mais eficiência, sendo possível manter mais aplicações na memória.

Há dois teardown na internet que mostram os detalhes internos do aparelho: um da EETIMES e outro da iFIXIT. O primeiro traz mais detalhes técnicos e o segundo é mais rápido e agradável de ler e ver as fotos.

Android 4.0.4 e posteriores

Bom, originalmente o aparelho veio com o sistema operacional Android 4.0.4 instalado. Ele funcionava bem, não tenho reclamações daquela versão, mas claro que, com as versões 4.1 e 4.2 do Android disponíveis, você fica esperando impaciente pela atualização do seu telefone. No dia 29/08/2012 houve uma atualização automática na qual foi instalado o S-Voice, um leitor de livros digitais da Saraiva, o jogo Uno além de outras modificações (como a inclusão de um controle de brilho da tela na barra de notificações). Um detalhe interessante sobre o S-Voice é que, por enquanto, ele somente funciona não funciona em português e ainda não há previsão da Samsung inclusão do nosso idioma.

No final de 2012 eu decidi parar de esperar pela atualização oficial para o Android 4.1 Jelly Bean e parti para as alternativas. A primeira e óbvia foi consultar o site Sammobile.com que disponibiliza praticamente todas as atualizações de ROM para os celulares Samsung. Eu acabei optando por uma ROM do Android 4.1.1 (I9300XXELLA United Kingdom BTU) que funcionou muito bem, posteriormente fiz outro upgrade para a versão 4.1.2, que inclui novas funcionalidades como o Multiview, que permite ter duas janelas de aplicativos abertas ao mesmo tempo (tela dividida), personalização do painel de notificações, etc. Já há inclusive ROM para o Galaxy brasileiro por lá, logo vou instalar (já que na ROM Européia, os números de telefone aparecem com espaçamento ligeiramente diferente do nosso padrão).

Conclusão

O celular Samsung Galaxy S3 é realmente um excelente aparelho, com ótimos recursos, boa câmera e excelente duração de bateria. O preço de quase R$ 2.000,00 é compatível com a máquina que você está adquirindo. Uma dica: compre uma capa protetora, pois a tela, apesar de tratada, pode trincar com facilidade se o celular cair no chão. Eu comprei uma que é muito resistente (mas não tão bonita) na DealExtreme.

T+

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